Cerca de seis milhões de mulheres brasileiras têm a doença, mas nem todas conhecem o tratamento ortomolecular para endometriose, seus benefícios e o papel da alimentação nesse processo.

Muito do medo que envolve o contexto da doença é que atinge entre 10 e 15% das mulheres em idade reprodutiva, o que pode causar infertilidade.

Contudo, o tratamento ortomolecular para endometriose tem sido uma alternativa eficaz e pouco invasiva, com foco na alimentação equilibrada.

Quer saber como funciona e quais os benefícios? Acompanhe a leitura deste artigo.

Conheça o tratamento ortomolecular para a endometriose

O tratamento ortomolecular para endometriose tem foco nas substâncias que existem no corpo e suas reações químicas que ajudam o organismo a funcionar bem.

Quando o assunto é a doença, existe um processo inflamatório crônico que desencadeia um estresse oxidativo, por conta da grande quantidade de radicais livres, que danificam as células e tecidos do organismo.

Além disso, a endometriose é uma doença multifatorial, pois existem vários mecanismos que contribuem para o surgimento dela e a continuidade do processo inflamatório crônico.

Por isso, o tratamento ortomolecular para endometriose se utiliza de uma dieta anti-inflamatória e equilibrada, que muitas vezes necessita de suplementos antioxidantes para reduzir a oxidação, aliviar os sintomas e o prognóstico.

Nesse sentido, a dieta é rica em ácidos graxos essenciais como o ômega 3, alimentos integrais fontes de fibra, frutas e verduras. Além deles, alguns alimentos devem ser evitados, mas falaremos deles mais adiante.

O que a sua alimentação tem a ver com endometriose?

Além de ser comum, um dos principais sintomas da doença é a dor, o que indica que algo dentro do organismo não deve estar funcionando bem.

Isso porque a endometriose é uma doença inflamatória, além de não possuir cura, não existem estudos concretos sobre as razões do seu surgimento. Contudo, o tratamento ortomolecular para endometriose se revela bastante eficaz.

Essa realidade se apresenta porque a alimentação está diretamente relacionada aos nutrientes que podem ajudar ou mesmo atrapalhar o processo. Por isso a importância da nutrição ortomolecular.

Diante disso, nutrientes que possuem ação antioxidante como as vitaminas A, C, E e do complexo B, magnésio, zinco, selênio e melatonina, por exemplo, são ótimos para combater os processos inflamatórios e do hormônio estrogênio.

Ou seja, uma alimentação saudável e equilibrada pode fornecer proteção ao organismo e fortalecimento do sistema imunológico, melhorando os sintomas e evitando recidivas após o tratamento laparoscópico.

Contudo, o tratamento ortomolecular para endometriose deve ser acompanhado por profissional especializado, considerando as necessidades e sintomas de cada paciente, assim como as carências de minerais.

Quais alimentos evitar?

Se o tratamento ortomolecular para endometriose utiliza a alimentação como parte importante do processo, certamente há alimentos que devem ser evitados.

Entre eles, açúcar refinado, gorduras saturadas, leite e derivados, glúten e alimentos industrializados devem ser evitados para não agravar os processos inflamatórios da doença.

O consumo de carnes vermelhas, alimentos ultraprocessados e frituras, por exemplo, são ricos em gorduras do tipo ômega-6, como o ácido araquidônico, que colaboram para a inflamação.

Já o ômega-3, que é uma gordura de boa qualidade, possui efeito contrário, modulando a inflamação e equilibrando os desníveis de gorduras benéficas.

Além disso, os chamados xenobióticos são compostos químicos presentes nos conservantes, corantes, agrotóxicos e embalagens plásticas. Um exemplo é o bisfenol, que não é reconhecido no organismo.

Em excesso, essas substâncias se acumulam no corpo e afetam o sistema endócrino, responsável pela produção de hormônios diretamente associados à endometriose, como o estrogênio. Por isso, deve-se moderar o consumo de vegetais que possuam fitoestrógenos, como a soja.

Sintomas da endometriose

Antes de iniciar um tratamento ortomolecular para endometriose, é importante que o profissional especializado identifique os sintomas, que variam de pessoa para pessoa.

A endometriose é uma síndrome que provoca bastante dor, já que o endométrio (tecido que reveste o útero), passa a crescer em outros locais, gerando dores intensas, alto fluxo menstrual e, até mesmo, infertilidade.

Por isso, os principais sintomas são:

  • Dor intensa na região pélvica, que se agrava durante a menstruação;
  • fluxo de menstruação abundante;
  • dor ao urinar ou evacuar;
  • cãibras durante a relação sexual;
  • diarreia ou prisão de ventre;
  • fadiga e cansaço excessivo;
  • dificuldade para engravidar.

Contudo, a frequência e intensidade dos sintomas acima pode variar de uma pessoa a outra. Além disso, dependendo do local afetado, existem outros tipos da doença, acompanhados de sintomas diferentes.

Endometriose intestinal

Nesse caso, o tecido do endométrio se desenvolve no interior do intestino, gerando sintomas parecidos como a síndrome do intestino irritável e colite, por exemplo. No entanto, os sintomas podem incluir:

  • Prisão de ventre acompanhada de cólicas intensas;
  • Sangue nas fezes e dor que se intensifica ao evacuar;
  • Sensação de barriga inchada;
  • Dor persistente no reto.

Endometriose na bexiga

Já nesse caso, o tecido que cresce na bexiga apresentam sintomas mais específicos como:

  • Dor pélvica que se intensifica ao urinar;
  • Presença de pus ou sangue na urina;
  • Dor intensa durante a relação sexual;
  • Necessidade de urinar e sensação de bexiga cheia com frequência.

Ômega 3 e endometriose

Como mencionamos anteriormente, o ômega 3 é muito utilizado no tratamento ortomolecular para endometriose por diversos motivos, como a modulação da inflamação.

Mas para além disso, o ácido eicosapentaenóico (EPA) é uma das frações do ômega 3, considerado uma gordura boa, que diferente do ácido araquidônico presente no ômega 6, diminui a produção de substâncias inflamatórias.

Com isso, o ômega 3 substitui o ômega 6 nas membranas celulares, diminuindo a sensação de dor provocada pelas cólicas. Mas além dele, a vitamina D também é bastante importante.

Estudo da ABRAN

Um estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), revelou alguns dados interessantes sobre o assunto.

A suplementação com vitamina D e ácidos graxos como o ômega 3 em meninas adolescentes e mulheres jovens com endometriose considerou alguns dados da doença, que depende do hormônio estrogênio.

Essa condição inflamatória causa dor pélvica em 25% a 38% das meninas adolescentes, que afetam as relações sociais, os estudos e apresentam incertezas a respeito da fertilidade no futuro. Além disso, a doença pode apresentar dores significativamente maiores do que em adultos.

Quando o assunto é dieta e suplementação para a doença, existem muitos artigos e livros sobre o tema, que é uma das alternativas às cirurgias ou medicamentos para dor em mulheres jovens com endometriose.

Contudo, apesar das publicações, não existem dados concretos que associam diretamente a suplementação de vitamina D e ômega 3 no processo de modificação dos sintomas da doença.

Então qual a relação da doença com essas substâncias?

É importante compreender que a endometriose é uma condição pró-inflamatória que se caracteriza por elevação na concentração de citocinas e fatores de crescimento, além da redução da apoptose celular e aumento da angiogênese.

Diante desses fatores que podem estar associados com o nível de dor, a vitamina D pode diminuir a proliferação das inflamações e aumentar a apoptose celular.

Já os ácidos graxos como o ômega 3 diminuem os fatores de crescimento e limitam a sobrevivência das células. Ou seja, contribui para reduzir a progressão da doença nos locais em que ela está instalada.

Por isso, entre os objetivos do estudo, a hipótese levantada pelos pesquisadores foi a suplementação nutricional adjuvante com ácidos graxos ω-3 ou vitamina D para melhorar os resultados clínicos.

Com isso, haveria melhora significativa na dor e qualidade de vida, reduzindo a frequência da utilização de medicamentos em adolescentes quando comparadas ao placebo.

Métodos e resultados do estudo

As pessoas incluídas no estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo foram mulheres de 12 a 25 anos com endometriose confirmada e dor pélvica, esta medida pela escala visual analógica (EVA) como desfecho primário.

Já os desfechos secundários foram a qualidade de vida, utilização de medicamentos para as dores e catastrofização da dor.

Com isso, os participantes foram designados a receber 2000 UI de vitamina D3, 100 mg de óleo de peixe ou placebo diariamente pelo período de 6 meses.

De 147 mulheres que foram rastreadas, 69 foram aleatoriamente designadas desta forma: 27 delas para receberem a vitamina D3, 20 para o óleo de peixe e 22 para o placebo.

Diante disso, os resultados de cada um dos três grupos foram:

  • Os participantes do braço de vitamina D apresentaram uma significativa melhora no nível de dor na EVA, com média de 95% CI;
  • Já no grupo do placebo, houve uma melhora de magnitude quase idêntica;
  • Por fim, uma melhoria um pouco menor foi observada no braço de óleo de peixe.

O que isto quer dizer?

O estudo revelou que em mulheres jovens com a doença, a suplementação com vitamina D proporcionou mudanças consideráveis nos níveis de dor, que foram similares ao placebo.

No entanto, a suplementação com óleo de peixe reduziu cerca de metade a dor na EVA em comparação aos outros dois braços.

Contudo, precisa haver outros estudos para uma fisiologia subjacente melhor em relação à redução pelo placebo, que persistiu ao longo dos 6 meses do estudo.

Diante disso, o tratamento ortomolecular para endometriose está diretamente relacionado à alimentação, que possui benefícios diversos no controle da dor e proliferação da doença.

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